domingo, 15 de janeiro de 2012

Recife ganha as cores e a alegria da juventude nesta segunda-feira


A juventude tem encontro marcado nesta segunda-feira, 16. O Bote Fé Recife encherá as ruas da capital pernambucana de fé e devoção. Uma série de eventos acolherá os símbolos da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) Rio 2013 no território da Arquidiocese de Olinda e Recife. O encontro com a Cruz e o ícone de Nossa Senhora acontece às 12h, no Santuário Nossa Senhora de Fátima, na Boa Vista, centro do Recife. No local, o arcebispo de Olinda e Recife, dom Fernando Saburido, presidirá Missa, que contará com a concelebração de vários sacerdotes da arquidiocese.

A programação segue com caminhada reflexiva até o Marco Zero da cidade. Haverá quatro paradas onde os participantes meditarão temas como fé, educação, violência, extermínio de jovens e aborto. A caminhada será acompanha por trio elétrico animado pela banda Tribos de Jacó. Antes de chegar ao Marco Zero, os jovens farão uma pausa na Igreja Madre de Deus, onde haverá padres disponíveis para confissões e aconselhamentos. Os símbolos saem do templo por volta das 17h30 em direção ao coração do Recife. Será o marco zero de uma nova juventude pernambucana.


Acesse:
.:Dom Fernando Saburido convida a juventude para participar do Bote Fé


Na praça, haverá acolhida dos ícones e diversos cantores e bandas católicas e artistas locais se revezarão no palco levando ao público canções de fé com um tempero bem pernambucano. O frevo e o forró também terão vez com Cristina Amaral, Dudu do Acordeon e a dupla Doidin de Deus. As grandes atrações nacionais são os cantores Eliana Ribeiro, Diego Fernandes e Anjos de Resgate. Caravanas de diversas cidades da Região Metropolitana do Recife e do interior do Estado já confirmaram presença. Estão sendo aguardadas também delegações de outros Estados.

Peregrinação – Os símbolos da JMJ chegam à Arquidiocese de Olinda e Recife,
na noite deste domingo, 15. Eles vêm da Diocese de Nazaré e serão acolhidos na Matriz de Santo Antônio, em São Lourenço da Mata, com carreata até a Igreja Matriz de São Lourenço Mártir (Roteiro da peregrinação). Eles permanecem na Arquidiocese de Olinda e Recife até o dia 19. Durante este período haverá diversos momentos de oração, meditação, celebração e visitas às unidades prisionais e comunidades carentes. A cruz e o ícone estão no Estado desde a última quinta-feira, 12, quando chegou à Diocese de Palmares. Eles ficam em Pernambuco até o dia 1º de fevereiro percorrendo todas as dez dioceses (Palmares, Nazaré, Olinda e Recife, Caruaru, Garanhuns, Pesqueira, Floresta, Petrolina, Salgueiro e Afogados da Ingazeira). Em seguida, eles seguirão para a Diocese de Guarabira, na Paraíba.

História da Cruz da JMJ - A Cruz da JMJ ficou conhecida por diversos nomes: Cruz do Ano Santo, Cruz do Jubileu, Cruz da JMJ, Cruz Peregrina, muitos a chamam de Cruz dos Jovens porque ela foi entregue pelo papa João Paulo II aos jovens para que a levassem por todo o mundo, a todos os lugares e a todo tempo.

A cruz de madeira de 3,8 metros foi construída e colocada como símbolo da fé católica, perto do altar principal na Basílica de São Pedro durante o Ano Santo da Redenção (Semana Santa de 1983 à Semana Santa de 1984). No final daquele ano, depois de fechar a Porta Santa, o Papa João Paulo II deu essa cruz como um símbolo do amor de Cristo pela humanidade. Quem a recebeu, em nome de toda a juventude foram os jovens do Centro Juvenil Internacional São Lourenço em Roma.

Os jovens acolheram o desejo do Santo Padre. Levaram a cruz ao Centro São Lourenço, que se converteria em sua morada habitual durante os períodos em que ela não estivesse peregrinando pelo mundo.
Desde 1984, a Cruz da JMJ peregrinou pelo mundo, através da Europa, além da Cortina de Ferro, e para locais das Américas, Ásia, África e agora na Austrália, estando presente em cada celebração internacional da Jornada Mundial da Juventude. Em 1994 a Cruz começou um compromisso que, desde então, se tornou uma tradição: sua jornada anual pelas dioceses do país sede de cada JMJ internacional, como um meio de preparação espiritual para o grande evento.

O Ícone de Nossa Senhora - Em 2003, o Papa João Paulo II deu aos jovens um segundo símbolo de fé para ser levado pelo mundo, acompanhando a Cruz da JMJ: o Ícone de Nossa Senhora, “Salus Populi Romani”, uma cópia contemporânea de um antigo e sagrado ícone encontrado na primeira e maior basílica para Maria a Mãe de Deus, no ocidente, Santa Maria Maior.


PERCURSO DA CAMINHADA ATÉ O MARCO ZERO

Polo Reflexivo B1
Tema: Bote Fé em Cristo! Ele é o Senhor!
Saída: Santuário Nossa Senhora de Fátima (Rua do Príncipe)
Término: Em frente à Câmara dos Vereadores e Faculdade de Direito (Rua Princesa Isabel)

Polo Reflexivo B2
Tema: Bote Fé na educação! Maria: exemplo de educadora.
Saída: Em frente à Câmara dos Vereadores e Faculdade de Direito (Rua Princesa Isabel)
Término: Praça da República / Palácio do Governo (Avenida Rio Branco)

Polo Reflexivo B3
Tema: Bote Fé na juventude! Diga não à violência!
Saída: Praça da República / Palácio do Governo (Avenida Rio Branco)
Término: Igreja Madre de Deus (Cais do Apolo)

Polo Reflexivo B4
Tema: Bote Fé na vida! Diga não ao aborto!
Saída: Igreja Madre de Deus (Cais do Apolo)
Término: Marco Zero (Avenida Alfredo Lisboa)


ROTEIRO DA PEREGRINAÇÃO DOS SÍMBOLOS NAS DIOCESES DE PERNAMBUCO

12 e 13 – Diocese de Palmares (PE)
15 – Diocese de Nazaré (PE)
15 a 19 – Arquidiocese de Olinda e Recife (PE), 16: Bote Fé Recife
19 e 20 – Diocese de Caruaru (PE)
21 – Diocese de Palmeira dos Índios (AL)
22 e 23 – Diocese de Garanhuns (PE)
24 e 25 – Diocese de Pesqueira (PE)
25 e 26 – Diocese de Floresta (PE)
27 e 28 – Diocese de Petrolina (PE)
29 e 30 – Diocese de Salgueiro (PE)
31/01 e 1/02 – Diocese de Afogados da Ingazeira (PE)

Da Assessoria de Comunicação AOR


Homilia do D. Henrique Soares da Costa – II Domingo do Tempo Comum – Ano B

IN: http://www.presbiteros.com.br/site/homilia-do-d-henrique-soares-da-costa-%E2%80%93-ii-domingo-do-tempo-comum-ano-b/

Caríssimos em Cristo, após as santas festas do Tempo do Natal do Senhor, estamos iniciando o Tempo Comum. Terminada ontem a primeira semana deste tempo “verde”, entramos hoje no Segundo Domingo chamado Comum: comum do dia-a-dia, da vida miúda, vivida na presença do Senhor que está sempre presente na sua Igreja na potência do seu Espírito Santo, dando vigor à Palavra e eficácia aos sacramentos.

A Escritura que escutamos nesta Missa falou-nos de um Deus que chama, que entra na nossa vida e nos dirige o seu apelo. Foi assim comonvida: “Vinde e vereis! Somente se tiverdes a coragem de virdes comigo, de comigo permanecerdes, podereis Samuel que, novinho, sequer sabia reconhecer a voz do Senhor; foi assim com os primeiros discípulos, traspassados pela palavra do Batista que, apresentando o Cordeiro de Deus, quase que forçava aqueles dois, André e Tiago, a seguirem Jesus. E lá vão eles: “Rabi, onde moras? Onde tens tua vida?” E Jesus os c

ver de verdade!” Não é impressionante, quase que inacreditável, caríssimos, que Deus nos conheça pelo nome, que o Senhor nos chame e nos queira parceiros seus no caminho da vida? E, no entanto, é assim! Também nós somos conhecidos pelo nome, nossos passos, nosso coração, nossa vida são conhecidos pelo Senhor… E ele nos chama com amor. A nós, que estamos procurando a felicidade e a realização na vida, o Senhor também dirige a pergunta: “O que estais procurando?” Vinde, caríssimos, fiquemos com o Senhor e encontraremos aquilo que nosso coração procura, aquilo que faz a vida valer a pena.

Mas, esse “estar com o Senhor”, esse “permanecer com ele”, que é o início da própria vida eterna já neste mundo, não pode se dar sem que realmente sejamos de Cristo, com todo o nosso ser, corpo e alma. Aqui aparece com toda clareza a urgência e atualidade da advertência de São Paulo, feita aos coríntios e a nós. Corinto era uma cidade perticularmente devassa do Império Romano. E, como hoje, os cristãos eram tentados a “corintiar”, a entrarem na onda, achando tudo normal, moderno e compatível com a fé. O Apóstolo, em nome de Cristo, desmascara essa ilusão, tão comum entre os cristãos de hoje. Ouçamo-lo! É incômodo, é chato, mas é a Palavra de Deus, que nos ilumina, liberta e nos salva… Ouçamo-la! “O corpo não é para a imoralidade, mas para o Senhor, e o Senhor é para o corpo!” Eis cristão: teu corpo pertence ao teu Senhor Jesus Cristo que nele habita pela potência do seu Espírito Santo desde o dia do teu Batismo: “Porventura ignorais que vossos corpos são membros de Cristo? Ou ignorais que o vosso corpo é santuário do Espírito Santo, que habita em vós e que vos é dado por Deus? E, portanto, ignorais que não pertenceis a vós mesmos? Então, glorificai a Deus em vosso corpo!” Compreende, cristão! Tu pertences a Cristo, tu és sagrado porque no Batismo foste consagrado pelo Espírito de Cristo que habita em ti! Teu corpo foi lavado pela água, símbolo do Santo Espírito, foi ungido pelo óleo batismal, sinal da graça de Cristo, foi untado pelo santo Crisma, sinal da força e da energia do Espírito de Cristo; teu corpo foi alimentado com o Corpo do Senhor… Teu corpo é sagrado, cristão, teu corpo é santo, teu corpo pertence ao Senhor! “Portanto, ignorais que não pertenceis a vós mesmos? Então, glorificai a Deus em vosso corpo!” Solteiro ou casado, todos nós temos o dever sagrado, o dever de amor de fugir da imoralidade! À medida que o paganismo avança, perde-se o sentido cristão do corpo e da sexualidade! Tem-se a idéia que o corpo é para o prazer, para a satisfação da libido; pensa-se que o corpo é uma coisa, um objeto de prazer, que a bel prazer pode ser usado… Isso pensam os pagãos, isso vivem os pagãos. Nós sabemos que não é assim: “O corpo é para o Senhor e o Senhor é para o corpo…” para este corpo, que será ressuscitado para a glória de Cristo!

Eis, caríssimos em Cristo, os pecados de hoje: a impureza (ou seja a busca do prazer solitário e de atos e pensamentos sensuais que aguçam propositalmente o erotismo), a fornicação (isto é, o ato sexual antes do casamento com pessoas do mesmo ou do outro sexo) o adultério (ou seja, a relação fora do casamento). Nunca deveremos esquecer qual a verdade do Evangelho: o ato sexual somente é santo, responsável, bendito e plenamente agradável a Deus no casamento. Fora dele, é sempre um pecado – e esta regra não conhece nenhuma exceção! E mais: a vida sexual do casal deve ser santa. Como diz a Palavra do Senhor: “O matrimônio seja honrado por todos, e o leito conjugal, sem mancha; porque Deus julgará os fornicadores e os adúlteros” (Hb 13,4).

Caríssimos, o modo que os cristãos têm de vivenciar a sexualidade não pode ser o modo dos pagãos. Eles seguem seus caprichos, suas paixões… Nós, mesmo frágeis, mesmo com nossos instintos e tendências muitas vezes desordenadas, por amor do Cristo que nos amou, temos o dever de lutar para colocar nossa sexualidade debaixo do senhorio de Cristo! Esse senhorio é mistério de cruz, mas também de ressurreição. Nós, que somos um só corpo com o Senhor pelo Batismo e a Eucaristia, nós que pelo Espírito Santo nos tornamos uma só coisa com o Senhor, de corpo e alma, não podemos pensar e viver nossa sexualidade como os pagãos! Então, jovem solteiro, jovem solteira, tua vida sexual, teu namoro, devem ser vividos à luz do Senhor Jesus! Casados cristãos, vossa vida conjugal não deve ser como a dos pagãos, sujeita e ditada simplesmente pela libido… Vossa sexualidade deve ser vivida na luz do Senhor! Homossexual cristão, vive tua tendência de modo cristão, lutando para seres casto, recorrendo à oração, completando corajosamente na carne da tua vida e da tua luta, aquilo que falta à paixão do Cristo. Procura viver dignamente, procura acompanhamento espiritual e coloca em Cristo a tua esperança e a tua alegria. Solteiro cristão, vive tua sexualidade na castidade e na continência por amor a Cristo! Padre, religioso, religiosa, tem coragem e generosidade para viveres o que prometeste a Cristo diante de toda a Igreja reunida no dia da tua profissão religiosa ou da tua ordenação sacerdotal! O Senhor nos pedirá contas, a todos nós! Ninguém está acima da Palavra, ninguém está acima do juízo do Cristo Jesus!

Talvez, caríssimos, alguns de vocês pensem como os judeus pensaram ao término do Discurso sobre o Pão da Vida: “Essa palavra é dura! Quem pode escutá-la?” (Jo 6,60). Pois bem, a nós, com doçura e também com firmeza o Senhor diz: “Isto vos escandaliza? Quereis também vós ir embora?” (Jo 6,61.67). Não é fácil, irmãos! Não somos melhores nem mais fortes que ninguém… Sentimos em nós pensamentos, afetos e desejos contraditórios… Mas, sabemos que Cristo nos chamou, nos amou e por nós entregou a vida. Então, que digamos como Pedro: “Senhor, a quem iremos? Tens palavra de vida eterna e nós cremos e reconhecemos que tu és o Santo de Deus” (Jo 6,69).

É isto, caríssimos, dizer na vida como Samuel disse: “Eis-me aqui”; é isto atender ao convite do Senhor: “Vinde e vereis”; é isto, finalmente, “ir ver onde ele mora e permanecer com ele”. Que ele nos dê também a nós a sua graça! Amém.

D. Henrique Soares

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

São Sebastião - Biografia


A INFÂNCIA DE SEBASTIÃO

Diz a história que, quando Sebastião era ainda pequeno, sua família mudou-se para a cidade de Milão, bem mais próxima de Roma, que era a capital do Império. Ali morreu o seu pai, ficando o menino entregue aos cuidados maternos. A sua mãe era cristã, e isto não era tão comum naquela época, lá pelo ano 284. Os cristãos eram perseguidos como inimigos do Estado pelo fato de não

adorarem aos deuses pagãos. Todos os que adotassem essa nova religião seriam aprisionados e lhes eram confiscados os seus bens. Daí então, a mãe de Sebastião, sendo cristã, transmitiu ao filho o dom da fé cristã. Fé viva e verdadeira que nos compromete em tudo e sempre. Assim começa a história de um santo, início de uma vida como de qualquer vida.

A PERSEGUIÇÃO

Faz muito tempo que Sebastião viveu; tantos séculos atrás, no alvorecer da era cristã. Por causa de sua vida, em conflito com a dos demais, em Roma, os cristãos começaram a ser perseguidos e Sebastião tomou uma decisão importante: iria para Roma e tentaria ajudar os cristãos de lá, confiando na sua fé e no prestígio que gozava como soldado fiel e corajoso.

Agora é que começa a segunda parte da vida do jovem oficial do império. Estamos no ano 303. Desde o ano 63, quando Nero era imperador romano, os cristãos foram quase, ininterruptamente, perseguidos. De tempos em tempos, um imperador declarava o extermínio sumário dos cristãos. Cada um deles decretava uma perseguição mais feroz do que outra. A perseguição, a que nos referimos, iniciou-se precisamente no dia 23 de fevereiro de 303 e foi ordenada pelo imperador Diocleciano com o seguinte decreto:

"Sejam invadidas e demolidas todas as Igrejas! Sejam aprisionados todos os cristãos! Corte-se a cabeça de quem se reunir para celebrar o culto! Sejam torturados os suspeitos de serem cristãos! Queimem-se os livros sagrados em praça pública! Os bens da Igreja sejam confiscados e vendidos em leilão!"

Por três anos e meio correu muito sangue e não houve paz para os inocentes cristãos!

Sebastião, logo que chegou a Roma, foi promovido a oficial. O imperador cativado pela fibra e personalidade deste jovem o nomeou comandante dos pretorianos, seus guardas-pessoais.

Um alto cargo, sem dúvida. Cargo de confiança e de influência. No exercício deste ofício, porém, Sebastião estava exposto aos perigos da corte. Sua vida talvez não corresse perigo, mas sua fé poderia ser abalada e suas convicções transformadas. A corte era um resumo de todos os vícios e devaneios. O próprio imperador Diocleciano, filho de escravos, conseguiu o poder às custas de assassinatos. Era de uma avareza que se tornou proverbial.

Podemos imaginar a quantos perigos a fé de Sebastião esteve exposta. Não é só de hoje que costumamos dizer: "O mundo está perdido!"

Para o cristão, qualquer tempo é tempo de provação e de tentação. Em todo tempo, porém, é preciso perseverança na virtude da fé.

De fato, é na hora da provação que a verdade aparece transparente. É nas dificuldades que se prova até onde vai a nossa fé em que me

dida somos capazes de entregar a vida por alguém. O viver, a fundo, o Evangelho, é oferecer a própria vida, se isso for exigido.

Durante esse tempo de perseguição, Sebastião trabalhava na corte. Ocultava com muito cuidado sua fé cristã, não com medo de morrer, mas para cumprir melhor o seu papel: encorajar seus irmãos na fé e na perseverança, especialmente os mais tímidos e vacilantes, merecendo, com isso, o título de "auxílio dos cristãos".

Assim sendo, muitos cristãos aprisionados e temerosos de sua morte, após ouvirem Sebastião, sentiam-se revigorados e destemidos, prontos a enfrentar a tortura e a morte por amor a Cristo. Não mais os amedrontava o cárcere e a crueldade nos suplícios.

Entretanto, havia uma razão para explicar a força que sustentava os cristãos em suas provações e essa força era o amor, seguido do desprendimento, a fé e a esperança em Cristo ressuscitado. Sebastião sabia perfeitamente de tudo isso e por esse motivo passava de cárcere em cárcere, visitando e animando os irmãos a se manterem firmes na fé, mostrando que na vida, os sofrimentos são passageiros e que o prêmio reservado aos perseverantes na fé é eterno.

Sendo chefe da guarda imperial, tinha livre acesso, de entradas e saídas, sem maiores complicações. E muitos dos que ouviam suas palavras se convertiam. Foi numa dessas visitas a presos que o carcereiro e sua mulher Zoe, alguns parentes dos presos e demais funcionários da prisão, tiveram oportunidade de ouvir suas convincentes palavras.

Conta-se que enquanto Sebastião falava, Zoe, que era muda, começou a falar. Diante desse fato, ficaram maravilhados, o carcereiro e todos os presentes e logo se dispuseram a aceitar a fé cristã, professada por Sebastião. Os cristãos estavam presos, mas não a Palavra de Deus. A Palavra do Senhor, de fato, não está acorrentada. Ela é Caminho, Verdade e Vida para todos nós!

O caminho do cárcere era escuro, mas o cristão o alumiava com a sua fé; o lugar era frio, mas ele o aquecia com suas preces fervorosas e cantos inspirados. Apesar das correntes, estava, pelo poder de Deus, livre para Ele. Na pressão esperava a sentença de um juiz, contudo sabia que estava com Deus e Ele julgaria os mesmos juízes.

Mas enquanto alguns resolvem iniciar seu processo de conversão, outros continuam tramando o mal. De fato, a perseguição sistemática do imperador Diocleciano torna-se cada vez mais violenta, exigindo dos cristãos, muita coragem e heroísmo.

Aqui acontece um fato que vem amenizar a vida dos perseguidos. O Prefeito da cidade de Roma, Cromáceo, convertido ao cristianismo, demitiu-se do cargo e começou a reunir, ocultamente, em sua casa, os recém-convertidos e, desta forma, estes não eram molestados. Ele sabia que muitos não resistiriam ao martírio, caso fossem presos. Então sugeriu que todos aqueles fossem para longe de Roma. Ali estariam protegidos da feroz perseguição. Seguiam, assim, o que Jesus havia sugerido no Evangelho: "Se vos perseguirem numa cidade, fugí para outra!"

À medida que aumentava a perseguição, os companheiros que Sebastião tinha instruído e convertido à fé cristã, iam sendo descobertos, presos e mortos. A primeira foi Zoe, esposa do carcereiro. Foi surpreendida e presa quando rezava no túmulo dos Apóstolos Pedro e Paulo. Recusando prestar culto aos deuses romanos, foi queimada e suas cinzas foram jogadas no rio Tibre, em Roma.

O sacerdote Tranquilino, por sua vez, foi apedrejado e seu corpo exposto ao ludíbrio popular. Ao resgatar os corpos dos mártires, vários amigos de Sebastião foram descobertos e presos. Entre eles se achavam: Cláudio, Nicostrato, Castor, Vitoriano e Sinforiano. Durante dias, os inimigos da fé cristã pelejaram com eles para que renegassem a fé, mas nada conseguiram. Por fim, o imperador ordenou que fossem atirados ao mar.

A perseverança é a palavra chave, reveladora do segredo e do sucesso dos cristãos. Eles redobravam suas orações e jejuns, pedindo a Deus que os fortalecesse para o combate. Mantinham-se firmes na convicção de que é Deus quem dá a perseverança e a vitória.

"Os magistrados que julgam as leis do Império, aceitem todas as acusações que se façam contra os cristãos, e nenhum apelo ou desculpa se admita na defesa dos réus!"

Como se vê, não havia absolutamente, direito de defesa... Os cristãos eram acusados das coisas mais absurdas: de incendiar casas e cidades, de comer carne humana, de querer tomar o poder e outras coisas inacreditáveis...

Sebastião já não podia continuar ocultando sua fé, por ter se tornado luz que ilumina a todos. E um dia alguém o denunciou ao prefeito, por ser cristão. O imperador também foi cientificado e recebeu todas as informações. Deixar Sebastião em liberdade representava um grave "perigo" para a cidade inteira. Então, mandou que o chamassem para ouvir dele próprio a confirmação.

Acuado e acusado de todos os lados, preparou-se o soldado cristão para assumir a sua missão. Ainda podia fugir, podia voltar atrás, mas não o fez: ficou firme em sua fé e assumiu o acontecimento iminente. Ele anunciou o Reino de Deus, denunciou a inutilidade dos ídolos da sociedade, suas injustiças e falsas ideologias, seus mitos e seus pecados. Tinha se comprometido e, por isso, agora devia pagar o devido preço.

O cristão, para ser tal, deve se assemelhar a Jesus, o servo de Javé. Sua missão é testemunhar a Palavra de Deus que é verdade, direito, justiça, paz, fraternidade e amor. Este testemunho porém, tem um preço, as vezes, muito alto: o cristão é marginalizado, rejeitado por todos, até a morte.

Sebastião percebe, no entanto, que o silêncio de Deus é somente o intervalo entre duas palavras fundamentais: Morte e Ressurreição! Ele já está pronto para responder, com seu sangue, às perguntas dos inimigos do bem e da verdade.

Revestido da cintilante couraça e ostentando todas as insígnias merecidas, Sebastião se apresenta diante do imperador que o interroga. Diante dos presentes estupefatos, confessa sua fé e diz resolutamente ser cristão. O imperador logo o acusa de traidor. Sebastião lembra que esta acusação é uma absurda mentira, pois até agora tem cumprido fielmente seu dever para com a Pátria e o imperador, protegendo-lhe a vida em muitas circunstâncias.

O imperador estava imaginando uma forma original, diferente, de executar a sentença de morte que iria pronunciar contra o seu mais fiel oficial. Mandou chamar o comandante dos arqueiros de numídia, homem originário de uma região desértica da África, onde a caça só era possível com as flechas e o incumbiu de executar a sentença capital do oficial cristão.

O imperador ordenou que amarrassem o soldado cristão a uma árvore, num bosque dedicado ao deus Apolo. Que o crivassem de flechas, mas não atingissem seus órgãos vitais, para que morresse lentamente. Assim foi feito!


Alguns cristãos que haviam preparado o necessário para o enterro, foram buscar o corpo. Provavelmente subornaram os carrascos dando-lhes dinheiro para conseguir o corpo do mártir. Qual não foi a surpresa daqueles cristãos, quando perceberam que Sebastião respirava ainda. Estava vivo... Levaram-no à casa da matrona Irene, esposa do mártir. Caustulo e, com muito cuidado, foram curando-lhe as feridas.de de feridas, Sebastião desmaiou, já era tarde! Julgando-o morto, os flecheiros retiraram-se.

Alguns dias se passaram, Sebastião já havia se recuperado dos ferimentos e estava disposto a ir até o fim. Não fora ele chamado "defensor da Igreja" pelo próprio Papa? Se ele a tinha defendido antes, às ocultas, agora a defenderia publicamente, para que todos pudessem

escutar a defesa da Igreja, ali reduzida ao silêncio.

Chegou o dia 20 de janeiro. Era o dia consagrado à divindade do imperador. Este saiu em grande cortejo de seu palácio e dirigiu-se ao templo do deus Hércules, onde seriam oferecidos os sacrifícios de costume. Estando coroado pelos sacerdotes pagãos e pelos homens mais nobres do império, foi concedida uma audiência pública. Quem desejasse pedir alguma graça ou apresentar alguma queixa, poderia faze-lo nesta ocasião, diante do soberano.

Sebastião, com toda a dignidade que sempre o distinguiu e cheio do Espírito Santo, apresentou-se diante do imperador e, destemidamente, reprovou-lhe o comportamento em relação à Igreja. Reprovou-lhe as injustiças, a falta de liberdade e a perseguição aos cristãos. O imperador ficou estarrecido ao reconhecer naquela pálida figura, a pessoa de seu antigo oficial que o julgava morto. Tomado de ódio, ordenou aos guardas que o executassem ali, em sua presença e na presença de todos. Ele mesmo queria ter a certeza de sua morte.

Imediatamente, os guardas investiram contra ele, e o moeram de pancadas com cassetetes e com os cabos de ferro de suas lanças, até que Sebastião não deu mais sinal de vida. O imperador ordenou, então, que o cadáver do oficial traidor fosse jogado no esgoto da cidade e, assim, seria apagado, para sempre, a sua memória.

Sebastião, como todo cristão, tinha esta firme convicção: se Cristo ressuscitou, todos nós ressuscitaremos com Ele, pois, pelo Batismo, fomos incorporados ao seu corpo glorioso. A morte já não é Neste caminhar, um mistério nos ultrapassa, a saber participar da vida de Cristo, significa despojar-se de si mesmo e aceitar cooperar com sua missão essencial de salvação, que passa pela cruz e pela morte. Assim como nenhum cabelo de nossa cabeça cai sem que Ele o permita, nenhum fato ou acontecimento escapa ao seu conhecimento. o fim, não é o ponto final e definitivo. Ela foi superada, tornou-se apenas uma porta para a verdadeira vida!

Durante a noite, um grupo de cristãos foi até o local onde o corpo de Sebastião tinha sido jogado. Os homens desceram à muralha que cercava o canal, pelo qual corria o esgoto da cidade. Com o rio Tibre estava na vazante, o corpo de Sebastião ficara preso a um ferro. Levado para a catacumba, ali foi enterrado com todas as honras as honras e veneração dos cristãos, aos quais ele tanto servira e amara.

São Sebastião, por tudo aquilo que fez e enfrentou, é um santo muito popular. É invocado como protetor contra a peste, a fome, a guerra e todas as epidemias. Mas de onde vem esta devoção?

Entre os antigos, as flechas, eram símbolos da peste pelas feridas cancerosas que provocavam. Assim sendo, a piedade cristã, sabendo que em seu primeiro martírio Sebastião havia sido sufocado por uma saraivada de flechas, escolheu-o para ser protetor contra o flagelo da peste, epidemia arrasadora, especialmente nos tempos passados, mas que ainda hoje é bastante temível.

Mas foi no ano 680, quando uma grande peste vitimara toda a Itália, que os fiéis recorreram a São Sebastião, fazendo voto de erigir uma Igreja a ele dedicada, se a peste cessasse. E a peste realmente cessou! Desde então, São Sebastião passou a ser invocado contra a peste e suas irmãs a fome e a guerra.

115ª Festa de São Sebastião da Iputinga

Tendo como tema: "São Sebastião, mártir da fé, defendei-nos do mal", a comunidade da Iputinga se prepara para celebrar a 115ª festa do glorioso São Sebastião.
Por isso, entre os dias 12 e 22 de janeiro do ano em curso, a comunidade renderá Graças e Louvores a Deus pelos inúmeros benefícios concedidos pelo glorioso "Mártir Cristão".
Durante o novenário teremos celebrações eucarísticas e celebrações da palavra com o intuito de refletir com os fiéis sobre a necessidade da fé para a vida e a missão dos que são cristãos.
Por esse motivo, nós que fazemos a paróquia da Iputinga aproveitamos para convidar você e sua família para juntos louvamos à Trindade, junto com São Sebastião.


domingo, 8 de janeiro de 2012

São Severino: rogai por nós! Intercedei a Deus por nós!


É com muita alegria que hoje, em comunhão com a Igreja, celebramos o patrono e exemplo de uma de nossas comunidades: São Severino.
Durante o tríduo pudemos vislumbrar, a partir do exemplo de nosso padroeiro, o que é que a Igreja e Cristo esperam de nós: anunciar a Boa-Nova do Evangelho, e se necessário testemunhar esse evangelho com nosso próprio sangue.
Hoje encerramos a festa. Todavia, a missão conferida a nós por meio do nosso batismo nos faz, cotidianamente, levar em frente a missão de propagar o Evangelho e o nome de Nossa Igreja Católica Apostólica Romana a todos.
Enfim, temos muito que agradecer. Mas a nossa maior retribuição a Deus e a São Severino será viver manifestando o que Deus nos manda e que São Severino fez. Que 2012 seja o ano da conscientização de nossa missão.

São Severino: Rogai Por Nós, Que Recorremos a Vós!

Epifania do Senhor: Reflexão de Dom Henrique Soares - Bispo auxiliar da Arquidiocese de Aracaju


Este hoje é dia solene, de festa grande! No santo tempo do Natal a comemoração que agora celebramos somente perde em importância para aquela da Natividade, no 25 de dezembro. É que hoje, exultantes e gratos a Deus, celebramos a sagrada Epifania do Senhor! Epifania, Manifestação do Cristo Jesus! Nas palavras de Santo Agostinho: “Este dia salienta a sua grandeza e sua humilhação: Aquele que na imensidade do céu se revelava pelo sinal de um astro era encontrado quando o procuravam na estreiteza da gruta. Frágil em seus membros de criança, envolto em faixas, é adorado pelos Magos e temido pelos maus!”

Eis: no dia do Natal, ele atraiu a si, pela palavra dos anjos, aqueles que estavam perto: os pastores de Belém, membros do povo judeu, já tão conhecedor dos caminhos de Deus. Mas, agora, pela luz da estrela, ele se digna, com infinita misericórdia, a nos atrair a nós: os que não somos judeus, os pagãos, que estávamos longe, entregues ao culto dos ídolos – como aquele padre de Salvador, que a televisão mostrou adorando os orixás numa missa profana! Pagãos nós éramos; pagão é aquele padre! Idólatras eram nossos antepassados; idólatras continuam os que manipulam as coisas santas indevidamente! Hoje, o Senhor atrai os pagãos do mundo todo à sua salvação, hoje realiza-se o que o nosso Deus predissera por Isaías profeta: “Fui perguntado por quem não se interessava por mim, fui achado por quem não me procurava. E eu disse: ‘Eis-me aqui, eis-me aqui’ a pessoas que não invocavam o meu nome” (Is 65,1). – Obrigado, Senhor Jesus, porque vieste também para nós! Obrigado porque nos arrancaste do poder das trevas, porque nos fizeste passar dos falsos deuses, dos ídolos falsos e mortos ao Deus vivo e verdadeiro! Hoje, portanto, meus caros em Cristo, a festa é nossa! Somos nós que vemos a luz, somos nós, convidados a seguir a estrela do Menino; nós, convidados a adorá-lo, presenteando-o com nossos melhores dons: o ouro das nossas boas obras, a mirra do nosso coraçãoo, o incenso do nosso amor!

Somos hoje convidados a admirar o exemplo desses sábios do Oriente, que vendo no céu o sinal do Rei nascido, não temeram deixar tudo e, humildemente, seguir a luz! Como foram sábios verdadeiramente, esses que, humildes, não temeram em se deixar guiar pela luz de Deus! Como Abraão, o pai de todos os judeus, deixara sua terra e partira à ordem de Deus, sem saber aonde ia, assim também, esses que hoje são as nossas primícias para Cristo, partem, obedecendo ao apelo do Senhor, sem saber para onde vão! Caríssimos, partamos também nós! Partamos de nossa vida cômoda, partamos de nossa fé tíbia, partamos de nosso cristianismo burguês, que deseja ser compreendido, aceito, e aplaudido pelo mundo! , ou não veremos a luz do Menino! “Deus é luz e nele não há trevas. Se andarmos na luz, como ele está na luz, então estamos em comunhão uns com os outros e o sangue de seu Filho Jesus nos purifica de todo o pecado” (1Jo 1,5b-7). Partamos, pois, caríssimos, e encontraremos aquele que é a Luz do mundo!

Porque os Magos tiveram a coragem de partir, conseguiram atingir o Deus inatingível e o adoraram! Diz o Evangelho que eles, “ao verem de novo a estrela, sentiram uma alegria muito grande!” Nós também, se encontrarmos de verdade o Senhor! Mas, atentos! O que eles encontram? Pasmem! Encontram um menininho pobre, com uma pobre jovem do povo, Maria, sua Mãe… Não o encontram num palácio, não o encontram numa corte! E, no entanto, com os olhos da fé, reconheceram o Rei verdadeiro, prostraram-se e o adoraram! Vede, caríssimos meus, somente quando nos deixamos guiar, podemos encontrar o Senhor; somente quando saímos dos nossos esquemas, dos nossos modos de pensar, de achar e de sentir, podemos de verdade ver naquilo que é pobre e pequeno, ver naquilo que não estava nos nossos planos e expectativas, a presença de Deus. Depois, diz o Evangelho que eles voltaram por outro caminho… Sim, porque quem encontrou esse Menino, quem se alegrou com ele, quem viu a sua luz, muda de caminho, caminha na Vida!

Mas, nesta festa de tanto alegria, doçura e luz, há uma nota de treva: “Ao saber disso, o rei Herodes ficou perturbado e, com ele, toda Jerusalém…” Jerusalém, que representa o povo judeu… Jerusalém, que deveria alegrar-se, perturba-se, hesita, não é capaz de reconhecer o tempo da visita de Deus! E nós, caríssimos? Nós, membros do Povo de Deus, não corremos o risco de nos acostumar de tal modo com o Senhor, a ponto de não mais reconhecer suas visitas, sua presença luminosa e humilde, sua graça em nossa vida? Não corremos o risco gravíssimo de não mais nos deixarmos interpelar pela sua palavra? A festa de hoje, certamente mostra-nos a benignidade de Deus que a todos quer iluminar e salvar, mas também revela a concreta e tremenda possibilidade do homem de ser generoso e responder “sim” ou ser fechado e responder “não”! Os judeus, o povo amado, começa a se fechar para o seu Senhor. É o início de um drama que culminará na cruz… De modo grave, Santo Agostinho afirma: “Ao nascer fez aparecer uma nova estrela, Aquele mesmo que, ao morrer, obscureceu o sol antigo! A luz da estrela começou a fé dos pagãos; pelas trevas da cruz foi acusada a perfídia dos judeus!” É impossível, meus caros, ficar-se indiferente ante este Menino, este pequeno Rei: ou nos abrimos para ele e nele encontramos a luz e a vida, ou para ele nos fechamos e não veremos a luz! Acorda, cristão! Sai do marasmo, sai da tibieza, sai da preguiça, sai do pensamento vão, sai do vício, sai dos acordos mornos com o mundo! Acorda! Sai de ti e deixa-te iluminar pelo Salvador por ti nascido!

Finalmente, um último mistério. Se Jerusalém fechou-se para o Rei nascido, como pôde o profeta cantar a luz da Cidade santa na primeira leitura desta Missa? “Levanta-te, acende as luzes, Jerusalém, porque chegou a tua luz, apareceu sobre ti a glória do Senhor! Eis que está a terra envolvida em trevas, mas sobre ti apareceu o Senhor!” Esta Jerusalém santa, envolvida pela glória do Senhor, esta Cidade fiel à qual se dirigem os povos, é a Igreja, o Novo Israel, a Esposa de Cristo. É ela a Casa na qual, segundo o Evangelho de hoje, os Magos entraram e encontraram o Menino com sua Mãe. É na Igreja, na Mãe católica, una, única e santa, que os homens de todos os povos e de todas as raças podem encontrar o Salvador! Esta é a grande missão da Igreja: dar Jesus ao mundo, iluminar o mundo com a luz do Senhor, ser casa espaçosa e aconchegante na qual toda a humanidade possa ver a salvação do nosso Deus!

Caríssimos, alegremo-nos! Daqui a pouco, o Menino por nós nascido, por nós oferecido na cruz em sacrifício e em nosso favor, ressuscitado dos mortos, mais uma vez nos será dado em comunhão. Como os Magos, nos levantaremos, como os Magos, acorreremos a ele, como os Magos, reverentes adorá-lo-emos! Que também, como os Magos, voltemos para nossas casas alegres de grande alegria, tomando outro caminho na vida! Que no-lo conceda o Deus nascido da Virgem que hoje se manifestou ao mundo. Amém.

D. Henrique Soares

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

São Severino - Biografia


Severino viveu em pleno século V, quando o Ocidente era acometido por uma sequência de invasões dos godos, visigodos, ostrogodos, vândalos, burgúndios, enfim, de toda uma horda de bárbaros pagãos que pretendiam dominar o mundo. É nesse contexto de conflitos políticos e sociais que sua obra deve ser vista, porque esse foi justamente o motivo que a tornou ainda mais valorizada. Durante essas sucessivas guerras, as vítimas da violência achavam abrigo somente junto aos representantes da Igreja onde encontramos Severino como um evangelizador cristão dos mais destacados e atuantes.

É muito fácil seguir os passos de Severino nesta trilha de destruição. Em 454, estava nos confins da Nórica e da Pomonia onde, estabelecido às margens do rio Danúbio, na Áustria, além de acolher a população ameaçada usava o local como ponto estratégico para pregar entre os bárbaros pagãos. Já no ano seguinte estava em Melk e no mesmo ano em Ostembur, onde se fixou numa choupana para se entregar também à penitência.

Esse seu ministério apostólico itinerante frutificou em várias cidades, com a fundação de inúmeros mosteiros. Como possuía o dom da profecia, avisou com antecedência várias comunidades sobre sua futura destruição, acertando as datas com exactidão. Temos, por exemplo, o caso dos habitantes de Asturis, aos quais profetizou a morte pelas mãos de Átila, o rei dos hunos que habitavam a Hungria. O povo além de não lhe dar ouvidos considerou o fato com ironia e gozação, mas tombou logo depois de Severino ter deixado o local. Sim, a cidade foi destruída e todos os habitantes assassinados.

Dali ele partiu para Comagaris e, sem o menor receio de perder a vida, chegou até Comagene, já dominada pelos dos inimigos. Lá, acolheu e socorreu os aflitos, ganhando o respeito inclusive dos próprios invasores, a começar pelos chefes dos guerreiros. Sua história registra também incontáveis prodígios e graças operadas na humildade e na pobreza constantes.

Severino predisse até a data exacta da própria morte, avisando também sobre a futura expulsão de sua Ordem da região do Danúbio. Morreu no dia 08 de janeiro de 482 pronunciando a última frase do último salmo da Bíblia, (o 150): "Todo ser que tem vida, a deve ao Senhor".

Segundo o seu biógrafo e discípulo Eugípio, São Severino teria nascido no ano 410, na capital do mundo de então, ou seja na cidade de Roma e pertencia a uma família nobre e rica. Era um homem de fino trato, que falava o latim com perfeição, profundamente humilde, pobre e caridoso. Também possuía os dons do conselho, da profecia e da cura, os quais garantiu e manteve até o final de sua vida graças às longas penitências e preces que fazia ao Santíssimo Espírito Santo e ao cumprimento estrito dos votos feitos ao seguir a vocação sacerdotal.

Especialmente venerado na Áustria e Alemanha, hoje, a urna mortuária de Santo Severino se encontra na igreja dos beneditinos em Nápoles, na Itália.



Oração a São Severino

Ó Deus, nosso Pai, nós Te pedimos que, mediante teu Espírito Santo, nos concedais o dom do discernimento, para percebermos os sinais de teu amor e de tua ação na história humana. E que, a exemplo de São Severino, sejamos capazes de exercer a solidariedade para com todos os homens, sem levar em consideração raça, cultura e religião. Amém.

São Severino, Rogai por Nós!!!

O Marco Zero para uma nova Juventude de Pernambuco


A Jornada Mundial da Juventude (JMJ) nasceu em 1985 por inspiração do Beato João Paulo II e hoje reúne, durante uma semana num país escolhido pelo Papa, milhares de jovens do mundo inteiro para celebrar a fé cristã, partilhar suas culturas e construir pontes de amizade entre os povos. No encerramento da JMJ Madrid, que aconteceu no último mês de agosto e reuniu 2 milhões de jovens, o Papa Bento XVI anunciou que a sede da próxima JMJ será a cidade do Rio de Janeiro em 2013.


O Brasil se prepara para realizar a JMJ Rio 2013! E por conta desta Jornada acolhe dois grandes símbolos: a Cruz Peregrina e o Ícone de Nossa Senhora. Estes símbolos, entregues pelo Beato João Paulo II à juventude, percorrem o país sede de uma JMJ para motivar todo o processo de preparação. No Brasil, a Cruz e o Ícone foram acolhidos no dia 18 de setembro na cidade de São Paulo no evento intitulado “Bote Fé” que reuniu 100 mil pessoas.

A Peregrinação da Cruz e do Ícone na Arquidiocese de Olinda e Recife acontecerá no período de 15 a 19 de janeiro de 2012 e terá como marco o evento “Bote Fé Recife”, previsto para ser realizado no Marco Zero no dia 16 de janeiro das 14h30min às 0h. Neste dia teremos a Missa presidida pelo Arcebispo Dom Fernando Saburido no Santuário de Nossa Senhora de Fátima na Boa Vista às 12h e às 14h30min uma grande caminhada jovem com a Cruz e o Ícone pelas ruas do centro do Recife rumo ao Marco Zero. No Marco Zero teremos uma rica programação cultural com músicas populares e religiosas, grupos artísticos e bandas católicas. Seremos animados pela Banda Anjos de Resgate, pela cantora Eliana Ribeiro e pelo cantor Diego Fernandes. Os artistas da terra com Pe. João Carlos, Frei Damião, Paulo DR, DDD, Banda Vox Dei, Banda Hallel, Tribos de Jacó, Cristina Amaral e muitos outros farão a festa ter um gosto bem pernambucano.

O Bote Fé Recife será a acolhida oficial dos símbolos da JMJ na Arquidiocese de Olinda e Recife e o ponto alto da peregrinação por várias realidades como paróquias, santuários, escolas, presídios, favelas, hospitais, obras sociais e casas de recuperação de dependentes químicos.

Com o Bote Fé Recife, o Estado de Pernambuco e os municípios da Grande Recife estarão, no mês de janeiro, no foco de uma peregrinação com repercussão na mídia nacional e mundial. Recife se tornará a “Capital Mundial da Juventude Católica”. As atenções do Vaticano e da CNBB, bem como das autoridades políticas do Brasil, se dirigirão para Pernambuco e a Grande Recife, pois a expectativa, a partir da tradição dos nossos grandes eventos, é que se realize o maior “Bote Fé” do Brasil. Isto dará um grande impulso para o turismo religioso e cultural, já que se têm notícias de que várias caravanas de Estados do Nordeste e de outras regiões do País estão sendo organizadas.

Uma grande Comissão Coordenadora foi criada para articular o Bote Fé Recife a partir de várias Equipes. A Arquidiocese, através da Comissão Pastoral para a Juventude, estabelecerá parcerias para viabilizar a logística desse grande evento de caráter religioso, social e cultural. O Bote Fé Recife pretende ser uma grande celebração da fé e dos sonhos da juventude buscando suscitar um compromisso profético pela causa da vida e dignidade dos jovens.

Acessem nosso site www.boteferecife.com.br! Sigam nosso twitter @BoteFeRecife! E sigam nosso perfil e comunidade no facebook Bote Fé Recife!

Pe. Gimesson Silva, SCJ
Presidente da Comissão Arquidiocesana de Pastoral para a Juventude